Os outros

Tinha um peso na consciência de ainda não ter escrito sobre o melhor filme em cartaz neste momento, um dos melhores que vi desde há meses e meses: A Vida dos Outros. Sou suspeita porque tenho um fascínio irreprimível pela História da Alemanha pós-Segunda Grande Guerra Mundial. Não sei exactamente de onde veio. Lembro-me de que as primeiras imagens da destruição do muro de Berlim me impressionarem muito. Mais do que isso, interessou-me desde sempre saber como teria sido possível a um país sobreviver ao nazismo.
O interesse era tanto que lá convenci uma amiga a fazer uma travessia do país durante as férias de Verão de 2003. Levei O Meu Século, de Günther Grass, na mochila e, às tantas, até tive uma discussão com o Helmut Köhl a bordo de um combóio que saía de Berlim (em sonhos, claro!).
Tudo isto é irrelevante na avaliação da qualidade do filme. Ela é feita da construção da história, da profundidade das personagens, das interpretações, da reconstituição histórica (quem viveu o salazarismo deve achar familiar, pelo menos eu reconheci pelas descrições a apreciei a ironia da semelhança)...
Merece uma ida ao cinema. Ou duas. Ou mesmo três. Seguida de aquisição do DVD.

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