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9.12.07

Época alta

Bons filmes vêm aos molhos.
Em Paranoid Park, a fronteira da marginalidade é filmada poeticamente, com um ritmo de transe, ou bailado, ou sonho. A distância sempre presente: nenhuma das personagens se preocupa verdadeiramente com outra, ninguém sai do seu universo para estender a mão a outra pessoa. Aquilo que mais me impressionou foi o facto de ninguém se tocar em todo o filme, como se isso fosse a chave do tema fundamental, a alienação. A excepção da cena em que Alex e a namorada fazem amor só reforça a ideia, ao mostrar como os dois estão mais distantes do que nunca. Pais, filhos, amigos, todos parecem estar isolados por uma barreira invisível. Macy é a única personagem que se aproxima disso: no autocarro, um plano das suas mãos perto de Alex nervosamente resisitindo ao impulso de tocá-lo ou ajudando-o a seguir em frente, de encontro ao futuro, na sua bicicleta.
Lions for Lambs é sério, é honesto, é pertinente. Filma-se um descurso, palavras, trocas de argumentos, acontecimentos paralelos, sem truques de cruzamento de personagens. Mostra Meryl Streep, de novo, numa grande interpretação.

2 Comments:

  • At 11/12/07 22:10, Anonymous Anónimo said…

    n vi (ainda) paranoid park, mas do gus van sant eu espero sempre muito muito bom! o gajo é genial

     
  • At 13/12/07 21:58, Blogger Blog to be announced said…

    Não conheço a paranóias, mas confirmo que a Meryl Streep está, uma vez mais, implacável. Não percebi muito bem quem era aquele rapazito que fazia de senador. Tão fraquinho! :)

     

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