Podia ser uma de nós, podia ser Lisboa
Mas é Nova Iorque de Truman Capote, em 1949, e Sylvia anda a vender os seus sonhos.
"Sylvia virou-se; tinha na boca uma série de ganchos para o cabelo; retirou-os um a um enquanto falava. 'Tu falas do casamento como se fosse uma solução para todos os males; pois muito bem, até um certo ponto estou de acordo. Claro, claro que quero ser amada; haverá alguém no mundo que não o deseje? Mas, mesmo que estivesse dispostaa um compromisso sério, onde é que está o homem que há-de tornar-se meu marido? Acredita no que te digo - esse homem deve ter caído num buraco dos esgotos... Quando eu te digo que não há homens em Nova Iorque, estou a falar a sério, Estelle - e, mesmo que houvesse, onde é que uma pessoas os encontra? Todos os homens que conheci nesta cidade e que me pareciam minimamente atraentes ou eram casados, ou eram demasiado pobres para se casarem, ou, então, eram maricas. E, de qualquer modo, este não é um sítio para uma pessoa de apaixonar; esta é uma cidade para onde uma pessoa deve vir se quiser curar-se de alguma paixão (...)"
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